Sesed recebe 150 denúncias de boca de fumo por mês, mas fecha apenas 10

   O disque-denúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) (0800-084-2999) recebeu este ano uma média de quatro...

   O disque-denúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed)
(0800-084-2999) recebeu este ano uma média de quatro denúncias por dia. Segundo o
coordenador do serviço, Sílvio Marcelino, a grande maioria aponta para os pontos de venda
de entorpecentes na Grande Natal.O chefe de investigações da Delegacia Especializa de
Narcóticos (Denarc), Lisandro Moreira, diz que chega à unidade policial uma média de 150
denúncias de bocas de fumo mensalmente, mas a polícia somente consegue por um fim a 10
delas ao mês, o que representa 6,6% de todas as denúncias registradas.
  Sílvio Marcelino afirma que as denúncias de pontos de venda de droga praticamente
dominam o serviço. No entanto, muitas também acabam não se confirmando. "Vemos que ainda
há muitos trotes, pelo menos uns três por semana. Quando recebemos a notícia de que há
uma casa vendendo drogas, geralmente vamos checar. Às vezes dizem quantas pessoas são e
até os nomes. Mas, quando chegamos lá, nada é encontrado". Todas essas informações são
transmitidas àpolícia, que passa a apurar com mais detalhamento.
  Lisandro Moreira diz que a média de denúncias ao mês chega à 200. Segundo ele, o
tráfico está disseminado em todos os pontos da Grande Natal, contudo, aponta a Zona Norte
da capital potiguar como a principal área de venda de narcóticos. "Digamos que 50% das
informações que nos chegam são da Zona Norte e o restante para as demais regiões da
cidade". Para ele, o motivo é o nível social de boa parte dos moradores da área. "Muitos
daquela comunidade não têm acesso a uma educação de qualidade, acabam desempregados e
marginalizados, tendo de obter seu sustento a partir da venda das drogas".
  Apesar do volume de denúncias que chegam à Denarc, o chefe de investigações da unidade
diz que não é possível acompanhar o ritmo de crescimento dos pontos de tráfico. "Gostaria
que as operações funcionassem na mesma velocidade que se abre uma boca de fumo. Mas para
abrir uma, basta um dia, basta o bandido querer. Para a gente fechar é preciso pelo menos
dois meses de investigação.
  O agente de polícia explica que o processo de se por um fim a pontos de venda de drogas
é demorado porque é necessário se reunir provas concretas. "Precisamos deslocar agentes
para verificar o local e monitorar. Depois pedir à Justiça mandados de busca, quando não
conseguimos fazer em flagrante. E o mais demorado é depois, pois temos que amarrar todas
as provas no inquérito para que o criminoso fique preso por mais tempo. Se não for dessa
maneira, estaremos apenas enxugando gelo".

Fonte:
Site do DN Online
www.dnonline.com.br
Publicado em 21.12.2011

 

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