Uma das maiores mobilizações dos policiais e bombeiros militares de Alagoas aconteceu na tarde desta quinta-feira (29). Quase mil deles foram mobilizados para um só propósito: unir forças pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, de autoria do deputado federal Augusto Faria de Sá (PTB/SP), que sugere a equiparação salarial da categoria tomando como referência a remuneração do Distrito Federal.
A Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas foi uma das entidades que incentivou o máximo possível da tropa pelo ato público que resultou em caminhada pela principal avenida do bairro do Trapiche, a Siqueira Campos.
“Levar esta multidão de companheiros para as ruas é compreender o quanto esta proposta será útil para a nossa categoria se for aprovada. Um militar bem pago é sinal de que a segurança pública será valorizada. Não podemos abrir mão deste benefício”, comentou o cabo Wagner Simas, presidente da entidade.
A multidão de agentes da segurança pública se concentrou desde as 15 horas no Clube dos Subtenentes e Sargentos, naquele bairro. Lideranças dos movimentos da reserva técnica da PM e Corpo de Bombeiros, dos policiais federais e políticos que integram a comissão especial pela aprovação da PEC 300 engrossaram o ato da categoria.
Entre as autoridades políticas estavam o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), os deputados federais Major Fábio (DEM/PB), relator da matéria na Câmara, o Capitão Assunção (PSB/ES), Francisco Tenório (PMN/AL), Antônio Carlos Chamariz (PTB/AL) e Carlos Alberto Canuto (PMDB/AL), o deputado distrital Cabo Patrício e o deputado estadual Paulão (PT/AL).
Antes de saírem pela rua, os militares ouviram o discurso dos políticos e das lideranças do movimento em defesa da PEC 300. Um dos mais enérgicos foi feito pelo Cabo Patrício. Por várias vezes, ele arrancou da plateia aplausos acalorados.
“Não conheço um projeto que seja aprovado sem pressão. É preciso fazer em todo o Brasil o que está sendo feito em Alagoas, principalmente na liderança do cabo Simas. Não interessa comentários na internet. O que se faz necessário é colocar o ‘bloco’ nas ruas. Os militares precisam de mobilizações e ir ao enfrentamento”, bradou o deputado distrital.
Além destas palavras, o parlamentar saiu em defesa da desmilitarização, um dos pontos reivindicados pelos praças de todo o Brasil e que foi aprovado como uma das diretrizes durante a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, realizada em Brasília. Patrício citou algumas ações que estão sendo providenciadas pela Associação Nacional dos Praças (Anaspra), da qual ele é o presidente.
“No mês de abril, se a PEC 300 ainda não tiver sido votada, vamos organizar uma grande marcha em Brasília e instituir o Dia Nacional de luta pelos policiais e bombeiros militares. Com licença ao senador Renan Calheiros, que está presente, precisamos entender que mesmo o presidente Lula sendo do meu partido não devemos fechar os olhos para a não-aprovação da proposta. Se não for votada, vamos acampar em Brasília”, recomendou o Cabo Patrício, sendo ovacionado pelos militares, concentrados no Clube dos Subtenentes e Sargentos.
Após a falação dos políticos, a caminhada foi iniciada no começo da noite. Os militares, vestidos com camisas brancas com a mensagem “Eu acredito na PEC 300”, marcharam, cantaram e gritavam palavras de ordem pelas ruas. A população demonstrava apoio pela causa reivindicada pela categoria.
O deputado Major Fábio afirmou que a comissão especial da PEC 300 conseguiu aprovar a realização de audiências públicas em todo o território nacional. “Queremos que o Brasil tenha a segurança do seu tamanho. E como podemos dar segurança se não contamos com ela”, disse o relator da matéria. Ele ainda emendou: “A PEC 300 vai ter que ser aprovada a qualquer custo, para elevar a valorização dos policiais”.