PM do Rio estuda fazer ingresso único para soldados e oficiais

  A  Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro estuda inovar no sistema de ingresso de soldados e oficiais na corporação e implantar o acesso único para...

  A  Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro estuda inovar no sistema de ingresso de
soldados e oficiais na corporação e implantar o acesso único para oficiais e praças.
Assim, todos os policiais precisarão primeiro ser soldados para poderem concorrer a uma
vaga no Curso de Formação de Oficiais (CFO). O projeto está em estudo há cerca de três
meses por uma comissão formada de coronéis e tenentes-coronéis da PM, nomeada pelo
comando da corporação.
  Pela nova forma de acesso, a prova inicial para entrar na PM será para soldado, patente
mais baixa da hierarquia militar, e o único acesso possível ao oficialato seria por meio
de um concurso interno, após tempo ainda (possivelmente três ou cinco anos). Seria criada
uma regra de transição para adequar o novo modelo aos atuais oficiais e praças.
  Uma vantagem seria que todos os futuros oficiais terão antes passado pela atividade de
ponta da corporação. Aprenderiam na prática o lema impresso no prédio principal da
Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), escola de formação de oficiais do Exército:
“Cadetes! Ides comandar, aprendei a obedecer”.
  Como consequência do atual grupo de estudo, o concurso de 2012 para oficiais da PM foi
suspenso em março, como mostrou nota do Poder Online , e não fará parte do vestibular da
Uerj neste ano.
  Desde 1920, os alunos passam por três anos de formação em regime de semi-internato,
para se formarem como aspirantes a oficial. Os postos do oficialato são, pela ordem
crescente, aspirante a oficial, segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão, major,
tenente-coronel e coronel; os praças são soldado, cabo, terceiro-sargento,
segundo-sargento, primeiro-sargento e subtenente.
Temor de crise no oficialato e desestímulo no Corpo de Alunos atual
  A nova forma de ingresso na PM seria inovadora nas polícias brasileiras, que seguem o
modelo das Forças Armadas – de escolas de formação distintas para oficiais responsáveis
por comandar e pela parte estratégica) e praças (executores, parte tática).
A avaliação interna e temor dos próprios integrantes da comissão de estudo é que a nova
forma de acesso gere tensões e crise no oficialato – principalmente entre os mais jovens
– de uma instituição militar, que prima pela hierarquia e disciplina. Outra preocupação é
não desestimular o atual Corpo de Alunos, que entrou pela regra antiga.
  Atualmente, 331 alunos estão no Curso de Formação de Oficiais da PM do Rio (64 no
primeiro ano, 168 no segundo e 99 no terceiro). Há 44.047 policiais na força, e a meta é
chegar a 60 mil profissionais em 2016. Em 2011, houve 11 formaturas, somando 4.190
soldados; em 2012, já foram 2.170 novos PMs incorporados.
Missão “extremamente desafiadora”
  Na opinião de um oficial superior da comissão empolgado com as perspectivas, a missão é
“extremamente desafiadora” e seu resultado poderia levar até o próprio Exército
Brasileiro a repensar o seu modo de admissão e questionar se ainda faz sentido a divisão
de escolas de formação (no caso do Exército com a Aman e a Escola de Sargentos das
Armas).
  De acordo com um dos oficiais que integram a comissão de estudo e implantação do novo
acesso, o sistema se assemelharia ao da Alemanha e ao de Nova York – onde é preciso ter
cursado faculdade ou ter dois anos de serviço ativo nas Forças Armadas e Ensino Médio.
  Um ponto que está sendo estudado é se a corporação passará a exigir graduação em nível
superior dos candidatos a soldado para ingressar na PM – assim como a Polícia Civil faz.
A academia de oficiais é atualmente um curso considerado de nível superior, que não exige
formação além do nível médio para entrada.
  Uma consequência do novo modelo estudado, seria a formação de oficiais mais velhos que
os atuais cadetes, que podem entrar na PM a partir de 18 anos, logo após completarem o
Ensino Médio e prestarem concurso de vestibular.
 
Fonte
Portal do IG
Publicado no site da PEC300
Em 11.05.2012

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