O caminho óbvio para o cessar fogo

 A redução dos altos índices de violência requer o imediato resgate e correto direcionamento da participação de cada policial. Isso porque urge o fim...

 A redução dos altos índices de violência requer o imediato resgate e correto direcionamento da participação de cada policial. Isso porque urge o fim da mortandade humana em que a inversão de valores se fez notar na pior de suas consequências, e a efetiva contribuição deste profissional é a arma certa contra o crime organizado. Todavia, como incentivá-lo ante a desmotivação funcional que assola esta classe?

 
Certamente não será apenas recompensando-o pelo bolso. Os baixos salários, com a consequente favelização e falta de condições de vida condizentes com a realidade policial, desestimula-o, mas nada é tão prejudicial quanto a inversão de valores que torna este profissional o monstro no conflito dos direitos de cada humano. Hoje, suas vidas são números, estatística na mídia, a qual faz do usuário de drogas – motriz do sistema criminoso – a vítima, enquanto igual espetáculo é feito sobre o erro isolado de alguns da grande massa defensora da lei. Traficar é crime, comprar não; e o pacto não é pela vida do policial.
 
Igualmente controvertido fica o ímpeto humano na sociedade da banalização do crime, e a contribuição do policial também pode tomar outro norte. Quem chega ao ponto de ouvir de um governador que o alto número de mortes entre seus colegas é normal fica, no mínimo, horrorizado e erroneamente atiçado a fazer a “justiça” velada. Contra isso, no entanto, existe o Serviço de Inteligência, cuja eficiência só não desarticula organizações criminosas apagadoras de vidas verdadeiramente inocentes porque nele não se investe tanto quanto nas viaturas e contingentes ostensivos traduzíveis em votos. Sobreviver passa a ser uma questão de sacar primeiro a arma neste “novo oeste”.
 
O controle efetivo do crime depende do retomar da legitimação e a canalização adequada da força policial. Enquanto não for devidamente valorizada, ela se tornará dispersa ou mesmo apagada ante ao óbice político reticente. O caminho é esse, tão claro quanto o dia, mas tão especulado quanto o número de vítimas do crime.
 
Fonte:
Abordagem Policial
http://abordagempolicial.com/2012/12/o-caminho-obvio-para-o-cessar-fogo/
publicada em: 10.12.2012

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