Nomeação de 71 policiais é considerada insuficiente

   Sob os olhos dos mais novos 71 policiais civis, a governadora Rosalba Ciarlini assinou o decreto que dava o aval oficial para a posse dos agentes, escrivães e delegados...

   Sob os olhos dos mais novos 71 policiais civis, a governadora Rosalba Ciarlini assinou o decreto que dava o aval oficial para a posse dos agentes, escrivães e delegados concursados. Todos aguardavam a nomeação desde novembro de 2010, quando foi finalizado o curso de formação dos 509 aprovados no concurso de 2009. A convocação desta primeira equipe foi para 87 aprovados, mas apenas 71 se apresentaram para a nomeação.

  Esta foi a primeira nomeação de policiais civis em 15 anos. O prazo para a apresentação dos 16 policiais restantes acaba dentro dos próximos 30 dias, quando os novos policiais começarão seu trabalho pelo interior do RN. Apesar do reforço de agentes de segurança pública, a palavra é uma só, tanto do governo como das associações: o efetivo não é suficiente. Atualmente, segundo levantamento da Associação de Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol-RN), das 64 comarcas potiguares, 44 estão desocupadas. E policiais nomeados ontem, apenas dez são delegados.
  Devido à situação no interior potiguar, em que alguns delegados chegam a tomar conta de 20 cidades, os delegados cogitaram entregar as delegacias. O ato foi "congelado" após conversa entre a Adepol e o secretário estadual de segurança (Sesed) Aldair da Rocha. "Resolvemos dar este voto de confiança ao Governo do Estado. Vamos aguardar o começo do trabalho, após 30 dias, para fazer uma análise da situação, já que temos mais de 40 comarcas desocupadas e apenas 10 delegados, por enquanto, irão assumir. O número é muito baixo para as necessidades", afirmou a delegada Ana Cláudia Gomes, presidente da Adepol. Na última reunião com o governo, a associação chegou a protocolar um pedido para nomeação de todos os delegados aprovados no concurso, o que terminou não acontecendo.
  A governadora Rosalba Ciarlini, que assinou o ato em conjunto com o secretário de segurança Aldair da Rocha e o delegado geral de Polícia Civil Fábio Rogério da Silva, mostrou-se ciente a respeito da pouca quantidade do efetivo nomeado. "Não é o número ideal. Mas, também não adianta fazer a nomeação sem dar as mínimas condições de trabalho e sem planejar direito", justificou Rosalba, que ainda destacou que estes 71 novos policiais servirão para suplantar as vagas deixadas na polícia por aposentadorias e mortes ocorridas entre 2010 e 2011. Devido o "arrocho" do governo em relação a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ainda não há previsão para o que o restante dos aprovados no concurso para delegado, escrivão e agente da Polícia Civil sejam nomeados e assumam seus postos de trabalho.
  Com a ordem de ocupar postos em vários municípios do interior, como Lajes, Pau dos Ferros, Macau, Caraúbas, Jucurutu, Santo Antônio e Assú, os novos policiais passarão a trabalhar em algumas comarcas que nunca possuíram uma representação da polícia judiciária. "Já estava definido que esta primeira equipe seria destinada ao interior, que é nossa prioridade. Ainda não é o ideal, mas ameniza. Logo será sentida uma melhoria no combate aocrime no Rio Grande do Norte", explicou o delegado geral Fábio Rogério. Ainda de acordo com o delegado geral, as nomeações seguintes, ainda sem data para ocorrerem, serão destinadas para outros projetos da Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol). "Com os novos policiais que estão por vir, iremos implantar a Divisão de Homicídios em Natal e reforçar as DPs na Grande Natal. Este é o plano", declarou Fábio Rogério.
  Assim como os outros integrantes do aparelho de segurança pública potiguar, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-RN) também achou insuficiente o número de 87 convocados. "Isto é apenas uma gota d'água no oceano. Apesar do que disse a governadora, este número de policiais não consegue sequer cobrir a quantidade de agentes, delegados e policiais que se aposentaram", explica Djair Oliveira, presidente do Sinpol-RN. Ele ainda lamenta que as condições de trabalho continuem as mesmas. "A Polícia Civil sempre é esquecida na hora dos investimentos. A prova é a quantidade de nomeações aprovadas pela governadora. Como ela mesmo disse no discurso, tem que ser muito corajoso para trabalhar na polícia, especialmente com estas condições", lamentou Djair.
 
Fonte:
Site do DN Online
www.dnonline.com.br
Publicado em 31.01.2012

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