Também ex-presidente da ASSPMBM/RN, o subtenente Gil Xavier de Lucena teve uma passagem de relevância indiscutível na história da segurança pública do RN. Deixa hoje, para os policiais militares, um legado de lutas, sobretudo, ao ter demonstrado em todas as suas ações, a importância de buscar sempre melhorias para a valorização do militar estadual, enquanto um cidadão de bem perante a sociedade. Em depoimentos, ex-presidentes da ASSPMBM/RN se despedem do militar que lutou até o fim dos seus dias, por uma segurança pública de qualidade. Confira a seguir:

“Quando Gil foi eleito para a presidência da Associação de Subtenentes e Sargentos, ainda era 3º sargento. A Polícia Militar enfrentava sérios problemas, principalmente em relação aos vencimentos e à alimentação. Em busca de melhores condições de trabalho, à frente da Associação, Gil procurou todos os meios possíveis, recorrendo ao Governo e ao Comando Geral. Não teve o retorno esperado. Por isso, em maio de 1963, a mobilização da Associação resultou na paralisação da classe em todo o RN. Foi uma verdadeira revolução, que demandou sacrifícios e perdas, mas atingiu o principal objetivo e os militares conseguiram o aumento. Ali foi o ponto de partida para que começássemos a lutar pelos nossos interesses. Gil era um camarada determinado, de uma grande liderança. Uma excelente pessoa. Foi um batalhador. Todo mundo se inspira nele” – Capitão José Teotônio da Costa

“Falar em Gil é muito difícil para mim. Foi um amigo, irmão, um conselheiro. Eu tenho sempre uma relação de muito respeito pelo praça que ele foi, enfrentando tudo e todos no regime militar, além de ter passado por várias privações. A história dele trouxe a mim, enquanto presidente da Associação, uma responsabilidade a mais, por saber que, tendo ele como sócio e ex-presidente da entidade, eu teria a obrigação de fazer jus a uma figura tão importante para a PM. Mesmo não estando mais na ativa, Gil participou de todas as nossas lutas, sempre nos presenteando com a sua presença e com as suas palavras de sabedoria. Como guerreiro, ele não morre. Apenas se muda. E um dia a gente se encontra” - Sargento Mary Regina dos Santos

“Ele entrou na polícia no dia em que eu entrei: dois de setembro de 1957. Estudamos juntos no Atheneu e pude acompanhar, de perto, toda a sua trajetória na luta pelos direitos dos policiais militares, principalmente à frente da ASSPMBM/RN, na década de 60. Naquele tempo, vivíamos um drama muito difícil, já que um 3º sargento, por exemplo, recebia menos do que um salário mínimo. Hoje é um dia de luto para toda a Polícia Militar do RN. A passagem de Gil pela corporação foi um momento de honra e glória. Foi a partir daí que a classe passou a enxergar os seus direitos e esse foi o legado que nos deixou. Que Deus proteja e ilumine toda a sua família, em nome de Jesus” - Subtenente Júlio Ribeiro da Rocha

“Gil foi um grande homem na PM. Todo mundo sabe que ele carregou nas costas a Polícia Militar e merece todo o nosso respeito. Para mim, foi um dos melhores presidentes que esta associação já teve” -  2º sargento Pedro Siqueira

“Sinceramente, sinto muito. Ele era como um irmão. Gil, para a categoria de subtenentes e sargentos foi muito importante, porque naquela época, todas as atuações da Associação, até então, Sociedade Beneficente dos Subtenentes e Sargentos da Força Policial, eram muito ligadas ao que determinava o Comando Geral. A partir da sua gestão à frente da entidade, Gil criou um convênio com os sargentos e subtenentes da Marinha, Exército e Aeronáutica. A partir daí, mensalmente, todos os militares se reuniam para discutir melhorias para a classe e pleiteá-las. Com isso, Gil trouxe mais autonomia e criou uma filosofia nova para a Polícia Militar, ficando muito conhecido e respeitado” – 2º sargento Damião Vieira de Lima

“Todos os presidentes tiveram boa vontade para dirigir a ASSPMBM/RN e Gil não foi diferente. Deixará uma eterna saudade para a Polícia Militar” – 1º sargento José Esmeraldo Cavalcanti