RN tem maior taxa de mortes de policiais no Brasil. Policiais Militares são principais alvos

O estado do Rio Grande do Norte se destaca, mais uma vez, em um triste cenário de violência e vitimização dos operadores da Segurança Pública, principalmente, os policiais militares.

O estado do Rio Grande do Norte se destaca, mais uma vez, em um triste cenário de violência e vitimização dos operadores da Segurança Pública, principalmente, os policiais militares. O RN está em primeiro lugar com a maior taxa de mortes de policiais no país, junto com o Tocantins. Segundo estatística realizada pelo Monitor da Violência, do G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo levantamento, o estado potiguar tem uma taxa de 1,3 morte a cada mil policiais. Isso ocorreu mesmo com a redução, em mais da metade, dos crimes letais contra os agentes de segurança do estado em relação ao ano anterior - passando de 25 para 12 - queda de 52%, relata matéria do portal G1RN. 

Nesse triste cenário, o subtenente Eliabe Marques, presidente da ASSPMBMRN, chama atenção a evidente maior exposição dos policiais militares. Segundo o subtenente, em 2018 foram 26 operadores assassinados e destes 22 eram PM’s. Já em 2019 esse número reduziu para 12, e dos mortos 10 eram PM’s. “Ou seja, uma prova inconteste de que são os policiais militares mais expostos à essa problemática”, frisa. 

Sobre a redução no número de mortes de 2018 a 2019, o presidente atribui o fato ao maior preparo e ações de prevenção dos policiais. “A quantidade de policiais assassinados reduziu porque os policiais, com esse número elevado de mortes, passaram a ter uma conduta diferente. Eles estão mais preparados e mais atentos. Além disto, os comandos têm orientando os policiais para que adotem novas condutas de segurança, tanto em horário de serviço como de folga. Com essas atitudes, consequentemente, morrem menos policiais”, explica. 

“Em contraponto, a ousadia e a violência dos criminosos aumentaram e isso fez com que aumentasse o número de confrontos com a polícia. Consequentemente, o bandido que está em uma ação delituosa, que não obedece às ordens policiais, e prefere o confronto, morre - e esses confrontos têm aumentando”, comenta o presidente da ASSPMBMRN em relação ao aumento da letalidade policial. 

Segundo dados do Monitor da Violência do G1, o estado também registrou aumento do número de pessoas mortas em confronto com a polícia, de 134 em 2018 para 165 no ano passado. Um avanço de 23%. Nesse caso, a taxa de letalidade por 100 mil habitantes é de 4,7 - a sexta maior do país - atrás do Amapá (15,1), Rio de Janeiro (10,5), Sergipe (7,2), Pará (7) e Bahia (4,8).

“Se observarem, quem está morrendo em confronto com a polícia não é o cidadão que cumpre com suas obrigações, trabalhador, que anda de acordo com as diretrizes da lei e respeita a policia. Não são estes que estão morrendo. Quem está morrendo é o bandido, cada vez mais ousado e violento que insiste em confrontar com a polícia, em razão disso a letalidade policial tem aumentado. Se os criminosos insistirem em enfrentar a polícia, infelizmente o resultado não será diferente. Entre um policial e um bandido, quem deve morrer é o bandido. ”, reforça o subtenente.

Em referência às circunstâncias da situação do policial assassinado, se é um policial da ativa ou da reserva, Eliabe Marques analisa que em 2018, a maior parte dos mortos eram da ativa, enquanto em 2019 a maioria já estava na reserva. “Isto demonstra que os PM’s da ativa estão mais atentos e por isso os criminosos se direcionaram para para atacar os policiais da reserva que, no entendimento deles, estão mais vulneráveis”, examina. 

Portanto, para o  subtenente Eliabe Marques, não existe situação profissional que exima o policial de ser alvo de criminosos. “Oriento e alerto a todos os operadores de Segurança Pública, da ativa ou reserva ou aposentado, ele é policial 24 horas e isso requer dele alerta máximo”, destaca.


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