A Câmara Municipal de Natal reuniu nesta manhã (10), representantes da segurança pública, do judiciário, vereadores e populares para debater a violência na capital. A iniciativa é da Frente Parlamentar em Defesa da Vida, coordenada pelo presidente da casa, vereador Franklin Capistrano (PSB). "Queremos fazer uma reflexão para encontrarmos alternativas em busca de uma cultura de paz. Encontrar um norte para combatermos a violência e a criminalidade. Essa audiência tem a finalidade de buscar implantar uma cultura de paz com os diversos setores da sociedade", disse o parlamentar.
O encontro contou com a participação de Karla Álvares, mãe da universitária Maria Karolyne (Karol), assassinada em janeiro passado durante um assalto numa das principais ruas da zona Norte de Natal. Karla falou de como era a o dia-a-dia da filha e como a violência já tinha atingido a família em casos anteriores. Ela criticou as leis brasileiras e a falta de investimentos na área da segurança pública. "Se eu conseguir que jovens consigam andar na rua sem risco de serem assassinados a qualquer momento, estarei feliz. Mas que leis são essas em que o assassino da minha filha, com 11 processos de antecedentes criminais é considerado réu primário e não vai cumprir a totalidade da pena? As leis precisam mudar e começam pelo apelo popular. Por nós aqui, pela mobilização da sociedade", declarou.
Na ocasião, o juiz Francisco Seráphico, representante do Tribunal de Justiça do estado, disse que 80% dos inquéritos não chegam a justiça porque as delegacias não conseguem concluí-los. "Após tantos debates sobre o assunto sinto que os resultados ainda não foram alcançados. Ficamos com 80% dos inquéritos inconclusos que não chegam à justiça por falta de testemunhas, provas, estrutura para as investigações. O Tribunal de Justiça tem contribuído, destinando recursos em parceria com o estado para a construção de um novo presídio, por exemplo", destacou.
Para o subcomandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, capitão Nilo Henrique, a segurança pública precisa ser compreendida por todos não apenas como um serviço da polícia. "Segurança pública não se resume a trabalho ostensivo da policia militar ou o investigativo da civil. O município precisa fazer suas parte, investindo na guarda municipal. Precisamos ver guarda nas praças públicas assegurando as atividades de lazer e entretenimento da população, nas ruas garantindo o direito de ir e vir. A iluminação pública precisa funcionar, as ruas devem estar pavimentadas porque uma rua esburacada impede a circulação das viaturas", ressalta. Ele também defendeu uma política de que a violência não será resolvida com violência, mas com prevenção do cidadão que deve ficar atento a situações estranhas e dos governos com investimento numa educação que forme o cidadão.
Fonte: Câmara Municipal de Natal