Setembro: mês de prevenção aos suicídios

Suicídio ou autocídio pode ser definido como o ato intencional de matar-se a si mesmo. Transtornos psicológicos, depressão, problemas emocionais, estresse, esquizofrenia, facilidade de acesso a meios letais, sofrimento psíquico, tristeza, temores, sentimento de inutilidade, desrespeito à condição de cidadão/ser humano, assédios, entre outras, são as causas mais comuns que levam cerca de um milhão de pessoas a tirarem a própria vida, fazendo desta a 10º maior causa de mortes no mundo. Dados da OMS indicam que temos um suicídio a cada 40 segundos, principalmente em países emergentes e pobres, e o Brasil, neste contexto, ocupa a 8º posição em números absolutos de casos. 
 
O suicídio tornou-se uma epidemia, que se agrava dia após dia, uma vez que o problema não é tratado com a seriedade que merece, em função da banalidade com que a sociedade e as autoridades lidam com as causas. No contexto do aumento exorbitante do número de suicídios e a partir de pesquisas disponíveis, os profissionais de segurança pública estão entre os trabalhadores que mais tiram a vida (a chance de um policial cometer suicídio é cerca de 7 vezes maior que outros profissionais, 10% dos policiais já tentaram suicídio, 22% já pensaram em tirar a própria vida, a taxa de sofrimento psíquico destes profissionais é de 33,6% na PM e 20,3% na PC – dados do GEPeSP – Claves). Tais números são explicados tendo em vista que as causas geradoras do problema são maiores na profissão desempenhada por estas pessoas. 
 
Em SC, nos últimos 5 anos, tivemos entre os profissionais de segurança pública 20 suicídios (de 2015 até hoje, na PMSC foram 9 casos), o que comprova a gravidade do tema, bem como a necessidade de se buscar soluções para o problema, o que não ocorre tendo em vista vários fatores, entre os quais a dificuldade do Estado e da sociedade em aceitar tal realidade, a qual se dá a partir da lógica neoliberal do não reconhecimento dos direitos em função das peculiaridades da profissão com todos os seus percalços físicos e psíquicos, os quais demandam reconhecimento e não desvalorização e desrespeito.
 
 
Elisandro Lotin de Souza 
Cabo da PMSC
Presidente da Anaspra 
Diretor de Relações Públicas da Aprasc

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